Por Renata Maron:
Os fungos entomopatogênicos são organismos que desempenham um papel crucial no controle de pragas na agricultura e na preservação do equilíbrio da natureza.
O tema ganhou um espaço enorme em uma edição especial do nosso Koppert Biotalks com o professor doutor em entomologia, Ítalo Delalibera Júnior.
São microrganismos altamente especializados em infectar e matar insetos, utilizando uma variedade de mecanismos para superar as defesas dos seus hospedeiros.
“Há fungos que são usados em larga escala no Brasil e que evoluíram de outras relações. São organismos que viviam no solo e possivelmente passaram a ser endofíticos, estando no interior das plantas.”, afirma o especialista.
A utilização de fungos entomopatogênicos na agricultura é uma abordagem ambientalmente sustentável para controlar as pragas, uma vez que reduz a dependência do controle químico. Além disso, esses fungos podem ser facilmente integrados aos programas de manejo integrado de pragas, contribuindo para a manutenção da saúde dos ecossistemas agrícolas.
“Vamos falar de processos, são mais de 7 mil microrganismos hoje e então a gente tem uma ideia dos melhores candidatos e espécies. A partir dessa seleção, a gente foi chegando em candidatos mais promissores. O processo é complexo e a seleção de um organismo passa por um que deva ter alta virulência, precisa de uma dose menor e com essa dose menor, a gente aguarda o melhor resultado no campo.”, declara o doutor.
Apesar de sua importância, muitas espécies de fungos entomopatogênicos ainda precisam ser descobertas e caracterizadas. As próximas pesquisas devem se concentrar em identificar novas espécies e desenvolver métodos de produção e aplicação eficientes, a fim de maximizar o potencial desses fungos na proteção das culturas e no manejo sustentável de pragas.
“Houve um crescimento extremamente grande do mercado de biológicos e esse é um momento que a gente tem de melhoria de qualidade. Agora é o momento de mais eficiência, ou seja formulações mais adequadas, com tempo de prateleira maior, com cepas selecionadas para aqueles alvos específicos.”, destaca Ítalo Delalíbera.
O controle biológico integra hoje a tão falada agricultura regenerativa, que desempenha um papel chave na melhoria do solo e todos os efeitos benéficos para o bom desempenho vegetativo.
“O ponto chave agora é investir na melhoria de aplicação dos biológicos.”, explica o doutor.